um nó na garganta-ansiedade

Um nó na garganta : uma forma rápida de o desfazer e acalmar.

Acordamos bem, vamos trabalhar e de repente, sem nada concreto que possamos dizer, foi isto ou aquilo, aparece um nó na garganta, que não nos deixa respirar bem, o coração começa a bater mais forte , a cabeça parece que não está bem encaixada no pescoço e uma angústia apodera-se de nós, criando uma ansiedade.

Quem já sentiu e sente esta sensação, sabe bem do que estou a falar e do quanto é má e incapacitante.

Racionalmente sabemos que não estamos em perigo nem aconteceu nada que nos perturbe.

Mas, estamos assim e agora só temos que saber actuar.

Há muitas explicações e motivos para estes estados de ansiedade ou angústia e há várias formas de os combater.

Partilho uma das formas, tipo “penso rápido” que uso para “atacar” a ansiedade quando não posso usar outras ferramentas, nomeadamente nem sequer posso ligar o telemóvel e fazer uma pequena meditação guiada.

Talvez esteja a pensar que vou dizer “inspire e expire”, em usar a respiração como âncora, mas esta ferramenta não é sobre a respiração.

Vai contemplar. Calma, não vou dizer para ir para uma floresta! 🙂

É perfeito, ninguém dá conta do que está a fazer.

  • Fixe-se num objeto que esteja à sua vista e observe-o de fora para dentro.

Ok, é uma taça, que já viu milhares de vezes. Não interessa, observe-a como se nunca a tivesse visto.

Vá reparando, aos poucos nos pormenores desse objecto. Fixe bem a sua atenção nele.

  • Contemple, por mais feio que seja, não tem nada a ver com a beleza do objeto. Repare primeiro na altura, na largura do objeto e aos poucos vá passando para os pormenores, cores ,cantos, deixe-se estar aí simplesmente.

Ao contemplar por uns momentos esse objeto , está a focar-se no presente, e aos poucos a sensação de angústia ou ansiedade vai atenuar-se, até desaparecer.

Um dia que podia correr mal:

Uma das vezes que usei bem conscientemente esta ferramenta foi num casamento.

Estava tudo bem e de repente, lá está, comecei a ficar com frio, a sentir que algo estava mal, o

coração descontrolado, ansiosa.

Todos os momentos são maus para termos um ataque de ansiedade mas,

O noivo estava a fazer um discurso sobre a sua noiva e estávamos todos sentados a ouvir.

Eu não quis levantar-me , e então continuei a olhar para o noivo , mas fixei-me na flor que ele tinha na lapela e contemplei-a durante algum tempo, foquei-me totalmente na forma, na cor, nos pormenores daquela flor.

Parecia que estava a ouvir atentamente o noivo, mas sinceramente não ouvi nada do que ele disse, apesar de parecer estar a olhar para ele.

Pois, há momentos assim, é a vida real.

A verdade é que consegui contemplar no meio de dezenas de pessoas, recuperar o meu estado de calma e aproveitar o resto da festa em vez de deixar a ansiedade aumentar e ter de abandonar o casamento.

Mas é preciso praticar. Não chega ouvir isto e pensar ok. A próxima vez , vou olhar para um objecto.

Até pode ser que resulte, mas resultará mesmo, de forma efectiva, se incluir esta prática na sua vida.

Treine a sua mente para a contemplação.

Está no autocarro para o trabalho? contemple o botão de stop, a fechadura da janela, o que for, 2 ou 3 minutos.

Não pode ser a paisagem, certo? Um objecto dentro do autocarro.

Espero que ajude.

Isabela Veloso

Isabela-Assinatura
"A louca da casa", de Rosa Montero

Resenha Literária: “A Louca da Casa” de Rosa Montero

Tempo de leitura: 4 minutos Introdução à resenha literária "A Louca da Casa", obra híbrida entre ensaio e memórias pessoais...
Resenha Literária

” Eu canto e a montanha dança”, de Irene Solà Resenha Literária

“Eu Canto e a Montanha Dança” de Irene Solà: Um puzzle de Natureza e Narrativas Foi neste mês de agosto...
Carta 6 de Séneca

Carta 6 de“Cartas a Lucílio”, de Séneca

Sobre Compartilhar Conhecimento  “Cartas a Lucílio”, de Lúcio Aneu Séneca Carta 6 Verifico, Lucílio, que não apenas me estou corrigindo,...
Carta 5 site séneca

Carta 5, de “Cartas a Lucílio”, de Séneca

Carta 5 (Sobre a virtude do Filósofo) Estudas perseverantemente e deixando tudo o mais apenas te aplicas ao teu quotidiano...
Sobre os terrores da morte.

Carta 4 de “Cartas a Lucílio”, de Séneca

(Sobre os Terrores da Morte ) “Cartas a Lucílio”, de Lúcio Aneu Séneca Carta 4 Prossegue a vida que encetaste, apressa-te...
Posted in

Isabela Veloso

Deixe um comentário





This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.